Por: Pedro Paulo Rosa
Foto: Dimitrius Borja
Revisão Textual: Paulo Cappelli
O marcante timbre de voz do mineiro de Montes Claros voltou a encantar o Rio de Janeiro. Com um show gratuito na cidade, Beto Guedes retomou – numa levada rica em metais e solos de guitarra - clássicos como “ Lumiar”, “ Amor de Índio” e “Nascente”. Além de compositor, cantor e violonista ele transmite em suas canções um verdadeiro encontro entre letra, melodia e dá um fechamento peculiar com sua voz inconfundível.
Tímido, esse músico raro e um dos mestres da nossa MPB divide com a gente um bate-papo acerca do seu processo de composição e da alegria por manter um público fiel e que, cada vez mais, cresce e ultrapassa gerações.
O HÉLIO: Qual é o seu pensamento ao produzir suas canções?
BETO GUEDES: Eu não sou aquela pessoa que anda sempre com violão, tocando, como vejo outros amigos. Mas, o processo de criação é um trabalho qualquer como o outro. Tem que sentar, pensar, procurar até achar alguma coisa. (RISOS)
O.H.: Tem muitos elementos nas suas músicas. Um dos principais, a natureza.
Beto: Nesse show em especial, aconteceu uma coisa: eu estava muito atento à banda e acabei me perdendo. Daí, quando eu me perdi, decidi seguir para frente e depois voltar. Você percebeu que eu fiz um “Lumiar” instrumental? Isso é inédito. É a única vez que alguém fez assim.
A sensibilidade de Beto é percebida em cada momento; o simples sorriso junto com os braços que se levantam para – repetidas vezes – agradecer à plateia e cumprimentar àqueles que cantam em coro suas músicas.
O.H.: Como sente o calor do seu público?
Beto: Ah, acho muito bom. O cara está lá no trabalho dele e sai depois do trabalho, cansado e diz: “quero ver o show dele”. Isso é muito bom. Enfim, a humanidade tem que ser gentil.
O.H.: Você é um otimista, Beto, da humanidade?
Beto: Sim, acho que sim. Mas, também sou uma pessoa detalhista e, às vezes, faço ponderações coerentes. Por exemplo, o uso exagerado da tecnologia. O cara que pagou o mesmo preço que você no meu show pode filmar meu show com celular de câmera e tudo certo. Eu não acho isso justo. Tem alguém que concorda com isso?
O.H.: Tem alguma música em especial que você guarde com mais carinho?
Beto: Eu guardo todas como se fossem meus filhos. É claro que umas marcam mais, ficam melhor gravadas. De repente, o baixista era outro, por exemplo.
O.H.: Como é tocar com o filhão (Ian Guedes)?
Beto: É muito bom! Ele é um bom músico. Estamos caminhando, sempre tentando acertar.
O.H.: Qual o recado para o seu público? Público que, cada vez mais, cresce e se modifica.
Beto: O recado que eu tenho é paz, felicidade e saúde. O resto é adjunto! (RISOS).
IAN GUEDES (baixista) e ADRIANO CAMPAGNANI (guitarrista) também conversaram conosco. Tentaram traduzir a linguagem de Beto Guedes e a sua originalidade como uma das constituidoras da música nacional.
O.H.: Vocês estão há quanto tempo na banda?
Adriano Campagnani--- Eu estou na Banda do Beto tem 13 anos. Geralmente, mantemos a banda em sua composição original. Só quando um músico não pode que substituímos.
Qual é a busca da linguagem do show de vocês?
Ian Guedes --- Ah, cara, tem uns momentos de feeling que o meu pai sente e a gente segue. O show não é tão amarradinho. É muito do Beto.
Adriano --- A gente só sugere. Se ele gosta ou não, a coisa flui a partir daí. Continua ou não.
O.H.: Teve alguma situação inesquecível, uma situação legal de retorno do público como a que hoje vimos aqui?
Ian --- Acho que todo show tem o seu momento. O público do meu pai é muito fiel. A única coisa que pode atrapalhar é se a técnica do local em que a gente ta se apresentando for muito ruim. Porque isso corta a onda dele e a nossa.
O.H.: E como vocês classificariam o atual público do Beto Guedes?
Adriano – O público do Beto já subiu uma geração. Quem ouvia Beto Guedes, seus filhos já o escutam. Então, continuamos com o mesmo astral. O público é muito fiel. Teve um show em Fortaleza, por exemplo, que o lugar cabia 1.500 pessoas e ficaram mais de mil do lado de fora.
O.H.: O que vocês sentem quando executam a música do Beto?
Adriano --- Eu costumo falar que as músicas do Beto são músicas do tempo em que se faziam música de verdade. E não com esse superficialismo atual que só quer dinheiro.
Ian --- Eu também acho isso que o Adriano comentou. Mas acrescento que, na música do meu pai, há muito respeito e arte.
_______________________________________________________________________
Contato Dimitrius Borja: (21) 9899-5873 ou dimiborja@gmail.com
Ótima entrevista, Beto Guedes é um excelente músico Pedro, e concordo com os integrantes, a música que não visa o superficialismo e dinheiro rende muito mais à mente! Abraços, fique na paz.
ResponderExcluirPois é...Falar de Beto Guedes,é falar da Musica Popular Brasileira da Melhor Qualidade...Falar de Beto Guedes é falar de Uma Geração inteira que deixou Marcas muito profundas.Como disse o filho dele Ian: A Musica de Beto Guedes traz Respeito,humanismo,uma poesia Artesanal,idelogia e muita ,mais muita Arte mesmo...E concordo com o que o mausico Adriano falou: O superficial esta em voga e do dinheiro...Graças a Deus ainda temos:Beto Guedes,Milton Nascimento,Chico Buarque,Gilberto Gil e por vai...Cabe a nós,termos responsabilidade e passar para as nossas crianças quem são os nossos Metres: Beto Guedes é o no nosso Beatle brasileiro...O Brasil não se rendeu a Paul Maccartney? e porque?...Porque marcou uma geração e até mesmo influenciou Beto Guedes...Então Beto Guedes é o nosso Icone da Musica Brasileira...bjs o Beto Guedes,bandas e Helio.
ResponderExcluirAproveitando o ensejo...Visitem minha pagina : Meu Brasil Brasileiro...No Facebook.Beto Guedes esta na grade dos proximos attistas.bjs e obrigada
ResponderExcluirObrigado, Fany! Poste o link da sua página aqui por favor. Tentei entrar e não consegui. Beijos!
ResponderExcluir